Chuva de Outono - 29

Por Selena;

Bati na sua porta duas vezes, então ouvi um simples “Ta aberta”. Ok, ta aberta, quem disse que eu quero entrar?Af...
Abri a porta devagar, e nada de “Wow, que tu faz aqui garota?”... Dylan estava jogado ao chão, olhando por debaixo da cama. Tive vontade de rir com sua “bela” posição.
Enquanto ele continuava fazendo aquilo, eu já observava seu quarto. Por incrível que pareça não estava parecendo uma caverna de leão ou algo do tipo, estava até que arrumado. As paredes brancas, os móveis pretos. Sua enorme cama. Prateleiras de DVD e CDs. Então várias estaladas de dedo a minha frente. Sai do meu transe.

Sel: Hã?Ah, Oi. – sorri simpática.
Dylan: O que faz aqui?
Sel: Vim te buscar... – Dylan abriu um sorriso de galanteador, ri baixo. – Porque sem filme, não rola sessão cinema, né? – disfarcei.
Dylan: Ah claro, eu só... Tava procurando. – arqueei a sobrancelha.
Sel: Embaixo da cama?
Dylan: Eu acho que o perdi.
Sel: Sem problemas, eu tenho um ótimo em casa.
Dylan: Tem?
Sel: Sim, vou buscar...
Dylan: Espera. Eu vou com você! Só vou... Colocar uma camisa
Sel: Ok. – e então só agora eu reparei que ele estava só de bermuda. Que vergonha a minha! Mas para tudo, belo corpo... devo afirmar em meus gentis pensamentos. O vi vestir a camisa e se virar pra mim.
Dylan: Vamos? – respondi com um “uhum”, e quando dei conta já estávamos na porta da casa de Tay... com “E se fosse verdade”. Entramos, e já não havia mais pipoca.

Sel: SEU BANDO DE BISCATOS! BALÕES! – disse jogando o filme em cima do sofá. Luke comeu o filme com o olho.
Luke: Esse é o filme? Pura que pariu, dude.
Dylan: Não olha pra mim.
Luke: SELENA!
Sel: Por ter comido minha pipoca!
Tay: OK CHEGA GENTE! Poe logo o filme ai!

... Jess tinha feito outras duas bacias de pipoca, então assistimos ao filme em silêncio. O que é muito diferente quando assisto com os meus delícias de Nova York. Sorri com meus pensamentos, a saudade era tanta. Esse filme não é o melhor, mas é Ótimo. É velho, mas eu gosto. Adios.
Sede! Fui pra cozinha... Sentindo alguém vir logo atrás. Me amam!

Dylan: Não é tão ruim...
Sel: Vocês que são dramáticos. Só querem ver mulher pelada, morte e sangue.
Dylan: Ei! – disse me empurrando- Isso não é verdade.
Sel: Qual é Dylan!
Dylan: Sério, ta? Gosto de borboletinhas e florzinhas. – começou a mexer os cílios freneticamente. Ri alto.
Sel: Para com isso! Tá me assustando!  - joguei um pouco de água nele. Ambos rimos... Então voltamos para a sala.

Quando o filme terminou já era 23:00, então ficamos conversando um pouco, Um pouco modo de dizer, já que cheguei em casa faltavam 15 pras 02:00.
... Confesso que fiquei pensando um pouco, minto. Muito! Daqui alguns dias eu estaria lá. De novo. Como eles reagiriam? Seria tudo normal como antes? Sentia-me insegura.  Distância é uma merda! Fechei meus olhos e adormeci...

Jas: BOM DIA FLOR DO CAMPO!  - disse se jogando em cima de mim. Já disse o quanto amo minha prima? Sério, quando ela quer irritar ela consegue.
Sel: Que... H-horas são? – disse sonolenta.
Jas: Hora de acordar! Vamos levanta!
Sel: Mas Jas...
Jas: Anda preguiça...
Sel: Eu falo que eu não tenho paz nessa vida! – cocei os olhos mais forte assim que ela abriu todas as janelas de meu quarto. Fui invadida pela imensidão azul do mar, e pelos raios ardidos do Sol, se é que me entende.

Me levantei, fiz minha higiene matinal, como sempre. E desci. Meus pais não estavam em casa, de novo. Mas o café da manhã estava pronto... O que era realmente um milagre.

Sel: Hmm, cheiro de torrradas.
Jas: Sua prima é uma cozinheira de mão cheia... – fez pose, me fazendo sorrir.
Sel: Eu sei, tu manda bem Jas! – me sentei, pegando algumas torradas, geléia e suco.
Jas: E como ta o coração mocinha? – a olhei, fiz careta.
Sel: O que meus pais não te contam não é mesmo?
Jas: Faz parte... – suspirou. – Você ta bem?
Sel: Sinceridade?
Jas: Sim.
Sel: Não sei... Bem mesmo vou estar quando pisar em solo americano. E mal quando tiver que deixar tudo isso aqui. – dei uma mordida em minha torrada. Hm, crocante...
Jas: Já pensou em levar um pedaçinho daqui com você? –franzi o cenho
Sel: Que? – ri sem humor.
Jas: Seus amigos. A Tay vai ficar péssima.
Sel: Eu acho que ela já está. – dei um gole no meu suco. – Mas ela vai fingir que não, pra me ver bem ao ir...
Jas: Leva ela! – Hã?
Sel: Prima, se ta bem?
Jas: Se eu fosse você, o faria...
Sel: Não é tão fácil...
Jas: Do jeito que conheço seus amigos, não se importariam...
Sel: É Talvez. – suspirei.
Jas: Hm estou sentindo uma insegurança da sua parte em...
Sel: É muito tempo longe deles. Sabe. – a olhei, esperando que me compreende-se de tal forma que eu desejava. – Eu tenho medo de terem me substituído, me deixado pra trás. Muita coisa mudou, tanto aqui. Tanto como lá, tenho certeza.
Jas: Você precisa arriscar Sel! Precisa ir, precisa ver o que acontece lá. Precisa matar essa saudade, preencher esse vazio menina!
Sel: Eu não sei...
Jas: Não é tempo de saber! É tempo de tentar. É tempo de incertezas...  Ouça o que eu falo, sei bem.
Sel: Está bem. – sorri. – Mas, que tal mudarmos de assunto?
Jas: Isso é comigo mesmo. – riu. – Já foi ver seu vestido?
Sel: É... Não. – fiz careta. – E antes de me matar... Tem motivos.
Jas: Quais? – arqueou a sobrancelha
Sel: É não tem motivos... Só preguiça mesmo. – nós duas rimos.

Terminamos de tomar café de manhã, e fomos assistir Friends. Eu gosto dessa série. Sei lá.
Senti meu celular vibrar quatro vezes consecutivas, UOU, ME AMAM! Eram mensagens das meninas, awn. “Você ta bem? Como ta o coração? Fica forte” essa vinha de Demi, franzi o cenho. “Mor meu, como ta se sentindo? Me liga!” essa de Van, “ Como você ta? Precisar to aqui” de Ashley e pra finalizar “Tu ta bem”? Vinda de Miley.
Mais que palhaçada é essa? O que estava acontecendo, e eu não estava sabendo?
Subi as escadas correndo pro meu quarto, entrei no Skype. Ninguém On. Bufei.
Entrei no FaceBook e então, Imediatamente senti meus olhos queimarem e as lágrimas saírem sem mais nem menos...

Continua.

Hm.... Mas o que será que a deixou assim?

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